_Quem é essa menina?-perguntou Eduardo a Ana Carolina, se referindo a foto pregada no mural de cortiça do quarto de Ana.
_Fernanda!
_UALLL!!Que linda! Ela é isso mesmo ai da foto?
Nem preciso dizer o que aconteceu...
Depois da festa do IME, tentando dar rumo a minha doce e humilde vida, resolvi dar chance a esse menino dizendo-se interessado em me conhecer...Já que não sabia se encontraria o tal nariz de tubarão.
Nós saímos com a galera da faculdade, Ana era uma delas. Resumo da ópera: cai numa armadilha muito bem preparada. Ana levou o Eduardo que havia gamado na imagem da tal Fernanda (neste caso eu) para sair com a gente. (Ana e Eduardo além de vizinhos eram muito amigos, desde crianças).
Fomos ao cinema, lugar mais comum onde se quer render alguém.
E neste caso não foi diferente, acabamos ficando neste dia...
Mas não foi só dessa vez que ficamos....
Ele pegou meu telefone e me chamou pra sair de novo, saímos depois várias vezes, ele sempre tinha planos legais, amigos muito bacanas que me adoravam e que me tratavam muito bem e eu os adorava tbm...
Era ótimo ir pro Méier (Rio de Janeiro), onde ele morava, encontrar com ele, a gente se divertia muito...
mas nada que me impressionasse.
Não posso negar que ele era super carinhoso, gentil e até bonitinho. Além disso, me tratava muito bem.
Outro dia na casa dele, mais precisamente no quarto, ele apareceu com um buque de rosas, se ajoelhou, colocou uma música romântica para tocar...pegou na minha mão e perguntou se eu queria namora-lo.
Eu muito sem graça, e na verdade sem esperar tal atitude...falei que sim...quando na verdade, isso não mudaria meus sentimentos por ele, de carinho e amizade. Acho que durante o tempo que estivemos juntos não foi nada além disso os sentimentos que tive em relação a ele.
Eduardo queria ser médico, mas vivia comendo besteira, acho que se acabaria por ser médico dele mesmo.
Quando ficasse mais velho, teria que cuidar dos exageros cometidos durante a juventude.
Engordava lentamente.
Estava fazendo pré vestibular pelo terceiro ano consecutivo- era um sonho para ele ser medico, prometera não desistir enquanto não passasse para uma universidade pública.
Nessa época eu era rebelde. Rebelde com a separação dos meus pais, rebelde em estar com uma pessoa querendo estar com outra - quem mais senão o Sr. Nariz. É...eu falei pra vcs...estava mesmo apaixonada por ele....e Eduardo sabia. E finalmente, com causa ou sem causa, rebelde por estar na idade de ser rebelde.
_Festa junina no clube vila!Vamos a caráter?- perguntou Eduardo ao telefone.
_Não!!Eu vou de preto, como num velório!! - as vezes me comportava rebelde, fui mesmo de preto, mas Eduardo sabia ser compreensivo, ele não me repreendeu por isso.
A festa foi ótima...a não ser pelo fim dela.....